Futuca Cuca

Embora a pergunta soe estranha, já que, nos últimos anos, o embate político, nas redes sociais, vem crescendo a largos passos e, muitas vezes, a pontapés, o brasileiro, em geral, não direciona os seus passos, mesmo largos, em direção à política.

A defesa de um partido ou de uma liderança política, em detrimento de outra, não significa que estamos fazendo política.

O percentual de brasileiros que não acredita em partidos políticos (ou em políticos) vem crescendo de forma eloquente ao longo dos últimos anos. Isso indica que os que estão na linha de frente das disputas acaloradas das redes sociais são uma pequena minoria, embora muito ruidosa.  De qualquer forma, o processo político é um campo muito maior do que as trincheiras das redes sociais, às quais estamos tão acostumados.

A crença de que a política é para pessoas com grande poder aquisitivo (para famosos ou para filhos, parentes e amigos de políticos ) está longe de estar errada,  uma vez que esses atributos têm uma grande relevância em uma disputa eleitoral. A política, no entanto, não está reservada, somente, para essas pessoas. Outras  alternativas podem e devem entrar em jogo. Será que um professor com grande atuação social não teria alguma chance nesse ramo? Um líder comunitário comprometido com a sua gente? Um estudante universitário preocupado com a educação? E um cidadão que defendesse, bravamente, um tema de grande importância social? Nenhum deles teria chance? Nós não teríamos chance?

E, por que não pensamos assim? De certa forma, apesar das discussões ideológicas, a política ainda é um assunto estranho. Não estudamos política na escola. Aliás, estudamos muitos assuntos que, provavelmente, não terão serventia em nossas vidas, entretanto algo de suma relevância para a construção da cidadania e do pensamento coletivo é, simplesmente, desconsiderado do currículo escolar. Então, o que nos resta são as discussões esvaziadas de sentido, as desavenças familiares e a propagação das “fake news”.

Mas nem tudo está perdido. Que tal deixarmos as nossas trincheiras e nos aproximarmos da verdadeira política?

Para refletir mais sobre o assunto, sugiro a leitura do livro “Tenório e a Cidade Flutuante” que aborda esse tema de uma forma leve e bem-humorada.

 

 

* Vitório Tibiriçá

Escritor

Psicólogo

Especialista em Políticas Públicas e em Gestão Governamental

Autor do livro “Tenório e a Cidade Flutuante”.

Deixe um comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado.

REGISTRAR

Os seus dados pessoais serão utilizados para melhorar a sua experiência por toda a loja, para gerir o acesso à sua conta e para os propósitos descritos na nossa política de privacidade.

0